Sem os outros não podemos ser nós mesmos
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As Irmãs da Caridade e a "caridade pastoral"
Uma das palavras-chave frequentemente encontradas na Carta de Identidade da Família Salesiana é "caridade pastoral". Esta paixão apostólica, ou seja, "a energia espiritual que o levou [Dom Bosco] a procurar almas e servir a somente Deus" (Art. 12), foi também transmitida às Irmãs da Caridade através dos primeiros missionários salesianos no Japão. Acima de tudo, o nosso fundador, Padre Antonio Cavoli, foi dotado com o amor do Bom Pastor, que deixa as 99 ovelhas para procurar a perdida e arrisca a sua própria vida por ela.
Como padre da diocese de Rimini, o jovem padre Cavoli vivia uma vida pastoral intensa e serena, rodeado por fiéis devotos, mas não era feliz. Ele não podia deixar de pensar nas almas daqueles que não vinham à igreja. Esta "inquietação" levou-o a ir para a linha de frente como capelão militar, convencido de que "o padre não é um padre para si próprio, mas para os outros; a sua vida não lhe pertence, excepto para a gastar por aqueles que precisam dele"(Da sua autobiografia: De Itália para o Japão)
Enquanto levava a vida pastoral mais frutuosa, arriscando a sua vida pela salvação das almas dos soldados, ficava terrivelmente angustiado ao ver tantas almas perderem a vida sem se reconciliarem com Deus. Decidiu tornar-se um missionário para alcançar aqueles que não conheciam o amor de Deus, apesar da oposição do bispo, do pároco e dos paroquianos que tão ansiosamente aguardavam o seu regresso.
E assim se tornou um filho de Dom Bosco que era um verdadeiro bom pastor da Caridade. Foi precisamente o espírito do "da mihi animas, coetera tolle" de Dom Bosco, que nos foi transmitido pelo nosso Fundador, que caracterizou as primeiras irmãs reunidas com ele, com o seu serviço dedicado e heróico de amor aos pobres e o seu sacrifício excepcional. O Fundador recorda as seis irmãs que morreram após a guerra devido à pobreza extrema e ao excesso de trabalho.
"Nunca vi, nem, antes, teria imaginado ver mortes tão plácidas, resignadas, desejosas de voar para as alegrias eternas, para receber a merecida recompensa de uma vida heróica de trabalho, sacrifício, humildade, sustentada pelo ideal da caridade" (Da sua autobiografia: De Itália para o Japão)Nós estamos convencidas de que este amor heróico e sacrificial é a fundação da nossa Congregação.
Na sociedade actual, com todo o conforto e as aportunidades da vida, existe sempre o perigo de cair em compromissos, tanto no apostolado como na vida comunitária. Creio que a nossa espiritualidade não consiste em procurar por nós próprios dificuldades particulares, mas em estarmos dispostos a oferecer as várias cruzes que vêm da nossa vida quotidiana. Como diz a Carta, para crescer na caridade pastoral, continuaremos a comprometer-nos a sermos e permanecermos de boa vontade, a renúncia de si mesmo e o sacrifício, a castidade dos afectos e auto-controle nas atitudes, escuta participativa e espera paciente para identificar os momentos e as formas mais oportunas, a capacidade de perdoar e retomar o contacto, a mansidão daqueles que, por vezes, sabem perder mas continuam a acreditar com esperança ilimitada". (Art. 32. Bondade amorosa salesiana)