Servas: "O amor de Cristo nos impele" (2 Cor 5,14)

Em vista da sua vocação específica, todo indivíduo pertencente aos vários Grupos é um enviado, chamado, portanto, a realizar a missão comum segundo o papel que lhe é confiado e as capacidades e possibilidades que lhe são próprias. (Carta de Identidade da Família Salesiana 15)

As Irmãs Servas do Imaculado Coração de Maria são religiosas dedicadas ao serviço das Igrejas locais. Estão inseridas em paróquias e dioceses com espírito missionário, animando grupos que trabalham dentro das estruturas eclesiais. Vivem a atitude do "Fiat" de Maria e a adesão pronta à vontade de Deus. Estão sempre disponíveis a perdoar de acordo com a palavra e o exemplo de Jesus. O espírito do Instituto fundado pelo Bispo Gaetano Pasotti (SDB) pode ser definido com três verbos curtos e exigentes: "amar, servir e perdoar". Em cada atividade e serviço pastoral, o lema da Congregação, "o amor de Cristo impele-nos" é traduzido em gestos diários de disponibilidade e abertura fraterna.

O amor de Cristo impele-nos e é a motivação para fazer o bem a todos. Dom Pasotti viveu isto totalmente nas várias experiências de vida missionária na China e na Tailândia, e deixou ou às Servas, assim como aos seus irmãos salesianos, a audácia de sair de si mesmo para procurar os necessitados e anunciar-lhes a boa nova do Evangelho. As Servas nasceram como um instituto religioso para servir a Deus e ajudar o povo de Deus, particularmente o povo tailandês, como Dom Pasotti expressou na sua existência missionária: "Tailandeses para tailandeses". Para isso é necessário sair com um coração humilde e apaixonado, totalmente disposto a doar-se para salvar almas, para fazer o bem a todos, impelido e sempre sustentado pelo amor de Cristo, sem deixar que tantos medos desencorajem o dom e a paixão do amor. 

Como São Francisco de Sales escreveu, "o amor de Deus é chamado graça, na medida em que embeleza a alma, porque nos torna aceitáveis para a Majestade divina; chama-se caridade, na medida em que nos dá a força para agir bem". (Introdução à vida devota ch. 1) 

Dom Pasotti costumava dizer às primeiras Servas: "Ao fazer o bem, o único motivo é a caridade. Farão tudo para todas as pessoas, brilharão por mansidão de coração e humildade. Se tiverem de sofrer insultos ou maus-tratos, abençoarão o Senhor por terem sido feitos dignos de sofrer qualquer coisa pelo seu nome". O ensinamento fundamental de Dom Pasotti lembra-nos que não devemos ter medo de fazer o bem a Deus e aos outros, porque este é um sinal claro da autenticidade de um carisma, é um sinal de eclesialidade para uma comunidade, uma congregação, e a sua capacidade de se integrar harmoniosamente na vida do povo santo de Deus para o bem de todos.  

Na vida quotidiana devemos sempre encontrar Jesus para crescer no seu amor, especialmente em tempos difíceis, como Dom Pasotti experimentou, e fazer o que pudermos para glorificar o Senhor nosso Deus em situações muitas vezes desafiantes. Dom Pasotti, sempre zeloso no trabalho de evangelização, foi também particularmente eficaz com os seus sermões e mediação de misericórdia com o serviço ministerial no confessionário, especialmente nos dias de festa, nas várias paróquias das missões.  Ele fez o bem a todos, agiu pela salvação das almas e para louvar a Deus, aquele Pai que lhe ofereceu sempre novas oportunidades para fazer o bem. De facto, o Dom Pasotti disse: "As Servas devem também estar dispostas a ajudar em qualquer outro trabalho de caridade material e espiritual, tal como visitar os doentes, prepará-los para receber os Sacramentos, batizar as crianças em articulo mortis, prepará-las para o Batismo e Primeira Comunhão, cuidar de órfãos e jovens em perigo", um compromisso pastoral global de caridade que ainda hoje é um dom para a Igreja e para os povos.

Sr. Aritsara Suripa SIHM